quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Práticas Performáticas



Dentre as práticas performáticas libanesas, temos no espetáculo referencia a ação de fumar por meio do Narguilé.
O Narguilé tem origem no Oriente. Uma das versões é a de que o narguilé teria sido inventado na Índia do século XVII, pelo médico Hakim Abul Fath, como um método para retirar as impurezas da fumaça. Quando chegou à China, passou a ser utilizado para fumar o ópio, e assim permaneceu até a revolução comunista, no fim da década de 40. Na mão dos árabes, o cachimbo de água foi rapidamente incorporado para ser apreciado em grupo, acompanhado de café e prosa. Existem evidências históricas de narguilés na Pérsia e na Mesopotâmia.
As peças mais primitivas eram feitas com madeira e um coco que fazia o lugar do corpo (o nome origina-se do persa nārgil, que significa "coco").
Com o desenvolvimento das civilizações e as expansões territoriais (principalmente dos países europeus), o narguilé, já similar ao que conhecemos hoje (com base de cerâmica ou porcelana e corpo de metal), começou a ser divulgado, e trazido junto com especiarias como cravo e canela. No Brasil, o narguilé foi trazido por alguns imigrantes europeus, e divulgado pelas colônias turca, libanesa e judaica.
A pesquisa evidencia, através dessa referencia, que a história de um corpo biológico, ao praticar formas espetaculares de performance, revela também a história de um corpo cultural e social.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Contação de histórias



O ato de contar histórias está intimamente ligado ao povo árabe. Os árabes revelam verdadeira fascinação pelas histórias e pelas lendas, não havia aldeia árabe que não tivesse um contador de histórias. Segundo Malba Tahan, na apresentação do livro “As mil e uma noites”, em algumas cidades- Cairo, Damasco, Constantinopla – os contadores de histórias reuniam-se em verdadeiros “sindicatos”. Cada corporação era dirigida por um deles, de maior prestigio e autoridade, que tinha o titulo de cheik el-medah, que significa “chefe dos contadores do café”.
No espetáculo Brasileiramente Árabe, os atores assumem o papel do contador de histórias, uma vez que exploram as narrativas presentes nas cartas dos outros descendentes de libaneses, bem como suas próprias histórias familiares. É interessante perceber como o exercício de contar faz com que os atores descubram, ou reconheçam uma nova identidade cultural.

Concepção Visual




Ao longo dos encontros, Klau Menezes vem apresentando propostas de objetos que irão compor as cenas. Klau vem pesquisando mandalas, arabescos e as cores que darão unidade plástica ao espetáculo, em harmonia com a iluminação. A cenógrafa utiliza-se, basicamente, do reaproveitamento de latas em conjunto com arames e tecidos.Pelo o que já percebemos, o resultado será primoroso!

Trabalho individual:


Na terceira semana de montagem, a direção decidiu trabalhar individualmente os atores, sendo um a cada dia da semana. No final da semana, a equipe se reencontra e retoma o trabalho coletivo. Essa dinâmica permitiu um avanço considerável no ritmo da montagem e possibilitou aos atores mais precisão e amadurecimento nos exercícios e nas cenas individuais.