sábado, 27 de março de 2010

Elementos Cênicos




Sonoplastia- A sonoplastia das cenas é composta basicamente por músicas árabes extraídas de fitas K7 cedidas pela familia da atriz Natália Abdul. A operação do som está sobre a responsabilidade de Edie Pereira.

Cenografia-Os objetos cênicos de Brasileiramente Arabe são uma atração à parte.Klau Meneses vem desempenhando dupla função no espetáculo. A artista confeccionou quase todo o material cenografico e ainda interfere nas cenas, juntamente com os atores.

Experimentando a maquiagem



A maquiagem de Brasileiramente Árabes será feita por Claudio Didman. Nos ensaios da semana passada, ele fez uma experimentação com os atores. O aprimoramento e a definição da maquiagem serão realizados assim que o figurino dos atores estiver pronto.

No teatro


A semana que passou foi uma semana difícil para elenco e direção. A transferência dos ensaios para o Teatro Claudio Barradas acarretou algumas dificuldades. A adaptação ao espaço exigiu esforço da equipe. O manuseio dos elementos cenográficos, as entradas e saídas dos atores, a marcação da sonoplastia, as projeções de luz... tudo teve que ser repensado. Esses contratempos alteraram o ritmo das cenas e a segurança dos atores. Contudo, no terceiro dia consecutivo de ensaio, o espetáculo voltou a fluir! Mais uma vez a coletividade e a paciência- traços inerentes ao fazer teatral-solucionaram nossas inquietações.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Video

Aí vão algumas fotos do processo de montagem do espetáculo.

domingo, 14 de março de 2010

Reta Final



Elenco e direção já estão na reta final da montagem. O roteiro de cenas ja está pronto e o momento agora é de afinação. A concepção visual do espetáculo também já está quase toda pronta. Optou-se por uma cenografia que é composta junto com a movimentação dos atores. Desta forma, os elementos cenográficos são colocados e retirados dentro da própria ação cênica.
Além dos objetos confeccionados por Klau Meneses, o trabalho também conta com o talento de Fernando Barrão e Rosa Marina na composição dos tecidos que mostram as fotografias das famílias dos descendentes, pintadas em voal por meio da técnica da aerografia.

Agenda• 29/03:Montagem de palco e luz
• 30/03:Ensaio Geral
• 31/03:Apresentação para alunos da ETDUFPA
• 01/04 a 04/04: Temporada no Teatro Universitário Claudio Barradas às 20h.

Contos Infantis


Meu primeiro contanto com o mundo mágico das histórias aconteceu quando eu era muito pequenina, ouvindo minha mãe contar algo bonito todas as noites, antes de eu adormecer, como se fosse um ritual...”- Abramovich, Fanny In: Literatura Infantil- Gostosuras e Bobices

As cenas que retratam os contos infantis das Mil e Uma Noites não poderiam ficar de fora de Brasileiramente Árabes. Quem nunca ouviu falar da história de Aladim, por exemplo?
Estão presentes no espetáculo as histórias das “Aventuras do Califa de Bagdá”, “Cherazade”, e a clássica “Aladim”-evidentemente. Nessas cenas os atores se transformam em exímios contadores, exageram na pantomima e na caricatura e divertem a platéia de maneira lúdica, envolvendo o espectador nas mais incríveis situações vividas pelos personagens. Contar é sempre encantar!!!

sábado, 13 de março de 2010

A Etnodramaturgia- Cartas

A etnodramaturgia de Brasileiramente Árabe vem sendo construída a partir das cartas enviadas pelos descendentes de libaneses no Pará ao blog da pesquisa da professora Karine Jansen. Ressalta-se que etnodramaturgia é uma maneira de compor a cena dramática no diálogo direto com determinados grupos culturais, em que o objetivo da ação dramática está em descrever para o espectador o contexto destes grupos imersos em uma teia de significados individuais e coletivos em um determinado tempo histórico. Portanto, nessas cartas Karine procurou identificar a simbologia dos elementos referentes à cultura árabe e como esses mesmos elementos dialogam com o contexto cultural de nossa cidade. Dessa forma, as cartas são vistas como documento de identidade desse povo.
A carta, aliás, sempre foi algo relevante na vida dos descendentes de libaneses no Pará, pois na época da imigração, era o único meio de comunicação entre as famílias. Enviar ou receber uma carta era algo extraordinário, como percebemos na seguinte passagem da carta de Lene Menezes:

“Então como meu avô era analfabeto, resolveu ensinar a língua libanesa para meu tio Elson(Soldado da Aeronáutica), onde esse meu tio passou a escrever as cartas para meu avô se comunicar com seus parentes que ficaram em Beirute. Era de costume, meu tio Elson responder as cartas à noite quando chegava do trabalho. Já meu avô, ao receber as correspondências de sua terra,reunia a noite na calçada com seus vizinhos também libaneses: Abrahão e Jamil e assim meu avô contava aos dois sobre cada carta recebida.”

Tendo como ponto de partida os dados das cartas, as cenas do espetáculo revelam sobre diferentes ângulos a identidade dos descendentes e revelam, sobretudo, essa Belém brasileiramente árabe! Como por exemplo, a partir das memórias de infância da atriz Maridete Daibes que estão ligadas à comida libanesa, vejamos:

Eu só vim me perceber descendente de libanês quando eu comecei a ir para os almoços na casa da tia Sali e lá tinha tanta comida diferente! Eram tantos cheiros e temperos que só então eu pude perceber que a minha família era, de fato, diferente.”

Percebemos que Maridete, ao dizer esse texto em cena, revive suas sensações da infância e ao mesmo tempo nos transporta, enquanto espectadores, para o universo da culinária árabe. Nos faz até mesmo sentir os cheiros e nos deixa desejando os sabores dessa comida.
Outro relato interessante e que faz um contraponto com a fala de Maridete, está na carta de Olinda Charone que “não se reconhece” ou “não se aceita” enquanto descendente de libanês. Como podemos notar na fala interpretada pela atriz Natália:

“ Eu não gosto dessas comidas não. Acho que é porque não fui habituada a comer, sabe? Eu só vim me dá conta que eu era descendente de libanês quando vocês me pediram pra escrever essa carta. Pra falar a verdade, a única coisa que eu tenho de libanês é o meu nariz e pra ser sincera, eu não gosto dele não!”.

Esta fala, a princípio, revela um certo descaso de Olinda aos costumes libaneses, no entanto, ao final do texto a atriz Natália lança mão do recurso da ironia e transmite de forma cômica o dado presente na carta de Olinda referente ao traço físico que não pode ser escondido, ou seja, o fato de ser descendente de libanês está no corpo, está literalmente estampado em seu rosto.